Conhecer o que usamos é importante para podermos melhor utilizar, no caso da madeira isso é importante por que precisamos usa-la de forma consciente e responsável.
A sustentabilidade da madeira como em qualquer outro assunto só acontece com conhecimento, sabendo a melhor aplicabilidade, com a manutenção preventiva adequada, com informações claras e precisas. Cada tipo de essência tem sua particularidade, algumas são mais duras e outras mais moles, tem as que são mais claras e com desenhos mais aparentes, outras mais escuras e tem um padrão de desenho mais dificil de enxergar.
Mas o importante nisso tudo é lembrar que todos são responsáveis pela sustentabilidade da madeira, procure empresas que acreditem no Plano de Manejo Sustentável e que vendam madeira nativa com Documento de Origem Florestal (DOF) emitido pelo site do IBAMA.
Hoje a parte do livro fala da metodologia. Esse topico será dividido em 3 parte.
1ª parte – Metodologia
A Papiro Madeiras apoia o Manejo Florestal!
METODOLOGIA
O microscópio portátil Dino Lite 313T, com suporte de base fixa e com aumento de até 200 vezes, é utilizado para a obtenção de imagens. Entretanto, o aumento necessário para se realizar a identificação macroscópica é de 10 vezes. Para tanto, a amostra deve ficar posicionada a 2 cm de distância (mais ou menos a distância de um dedo), fazendo foco no próprio microscópio portátil, conforme o exemplo Figura 12. Atualmente, existem aplicativos com lupas e também lentes acopladas nos celulares que têm 10 vezes de aumento, tornando mais fácil a obtenção das imagens nos planos (transversal e tangencial) da madeira.
Após esses procedimentos, salvam- se as imagens para serem enviadas diretamente para a equipe de especialistas em identificação de madeira por meio de e-mail, no qual deve conter: nome do policial e batalhão, número do boletim de ocorrência, Documento de Origem Florestal (DOF), fotos numeradas e, quando possível, a indicação do nome (popular/ vulgar ou científico) da madeira indicado pelo madeireiro ou aquele que consta no DOF. Esses dados são importantes para elaboração do LAUDO TÉCNICO.
Para a elaboração da lista das características anatômicas da madeira (qualitativas e quantitativas), foram utilizadas as seguintes referências: Copant (1969), Wheeler et al. (1989) e Coradin & Muniz (1992).
Todas as medições devem ser realizadas com o auxílio da escala graduada, a qual deve ser colocada entre a superfície polida da madeira e a lupa de 10 vezes de aumento.
As observações precisam ser realizadas em um ambiente claro, o que melhora a visualização das estruturas anatômicas. Para ressaltar algumas características anatômicas, algumas vezes, é necessário umedecer as amostras.
PARÊNQUIMA AXIAL: visível no plano transversal.
PLANO TRANSVERSAL
VISIBILIDADE:
- Visível a olho nu: somente quando é possível fazer a distinção.
- Visível somente sob lente de 10 vezes de aumento.
- Indistinto: quando não é observado nem com auxílio da lupa de 10 vezes de aumento.
CONTRASTE: contraste entre a cor das fibras e do parênquima axial.
- Contrastado (Figura 13 A).
- Pouco contrastado (Figura 13 B)
Figura 13. Contraste do parênquima axial (Tr).
- Parênquima axial contrastado – Hymenolobium sp.
Parênquima axial pouco contrastado – Cedrelinga sp.
DISPOSIÇÃO: posição do parênquima axial em relação aos vasos.
- Apotraqueal: quando não está associado aos vasos.
- Difusa (Figura 14 A): quando as células do parênquima axial se distribuem isoladamente entre as fibras.
- Difusa-em-agregados (Figura 14 B): quando as células do parênquima axial tendem a formar pequenas linhas curtas e interrompidas.
Figura 14. Parênquima axial apotraqueal (Tr).
b. Parênquima axial difuso-em-agregados – Caryocar sp.
PARATRAQUEAL: quando está associado aos vasos.
- Escasso (Figura 15 A): quando ocorrem algumas concentrações de células irregularmente dispostas ao redor dos vasos.
- Vasicêntrico (Figura 15 B): quando as células do parênquima axial envolvem completamente os vasos formando uma aréola.
Figura 15. Parênquima axial paratraqueal (Tr).
a. Parênquima axial escasso – Mezilaurus sp.
b. Parênquima axial vasicêntrico – Enterolobium contortisiliquum.
- Aliforme: quando as células do arênquima axial envolvem completamente os vasos, formando alas, semelhantes a asas.
- Losangular (Figura 16 A): formando prolongamentos laterais aos vasos em forma de losangos.
- Linear (Figura 16 B): quando forma prolongamentos laterais aos vasos em forma de linhas.
Figura 16. Parênquima axial paratraqueal (Tr).