fbpx

6ª Parte do livro :

ESPÉCIES ARBÓREAS PRODUTORAS DE MADEIRA (IDENTIFICAÇÃO MACROSCÓPICA DE MADEIRAS COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO (2020))

Agora seguindo a seqüência do livro, vamos para o tema da identificação macroscópica da madeira, veremos como o Brasil trata esse assunto, como é feita a analise macroscópica e qual a importância da direção do corte.

Encontramos esse livro no site do Sindimasp e no site do Governo do Estado de São Paulo, está disponível para downloads.

A Papiro Madeiras apoia o Manejo Florestal!

Identificação macroscópica da madeira

Identificação da Madeira

O Brasil dispõe de  laboratórios de anatomia de madeiras em institutos de pesquisas e universidades espalhados por vários Estados, que realizam diversos  estudos  relacionados à madeira, inclusive com serviços de identificação. A identificação da madeira é feita com base em características anatômicas (tipos de  célula,  proporções e  arranjos)  e   propriedades  sensoriais. A madeira apresenta uma organização interna bastante característica e variável entre as diversas espécies, permitindo a sua identificação segura.

A estrutura anatômica da madeira pode ser observada sob dois aspectos:

  • macroscópico, em que se observa a madeira a olho nu ou com o auxílio de uma lupa ou lente, do tipo conta-fios de 10 vezes de aumento; e
  • microscópico, no qual um corpo de prova de madeira de 1,5 x 2 x 2 cm (planos transversal, longitudinal tangencial   e    radial,    respectivamente) é cortado em micrótomo de deslize e preparado para observação com um microscópio óptico. Aqui serão abordados de forma detalhada apenas os aspectos macroscópicos das madeiras.

A madeira é observada em três planos distintos, nos quais as propriedades e a orientação das células que a compõem são diferentes. Por isso, pode-se dizer que a madeira é um material anisotrópico (em que uma ou mais propriedades variam de acordo com a direção em que são observadas). Esses planos são os seguintes (Figura 4):

Figura 4. Cubo representativo do lenho de Roupala sp., Proteaceae (carne-de-vaca)
1. Desenho macroscópico
2. Desenho microscópico

PLANO TRANSVERSAL (TOPO): é perpendicular ao eixo central da árvore (medula). Nesse sentido,  estão  posicionadas  as   fibras,  os vasos  e  o  parênquima  axial.  Esse  é  o principal plano de observação, pois reúne o maior número de informações das  características   anatômicas,   como: os diferentes tipos de parênquima, a porosidade, os arranjos, os formatos e o diâmetro de vasos, a largura e a frequência dos raios e as camadas de crescimento.

PLANO LONGITUDINAL:

  • tangencial: é perpendicular  aos  raios e tangente às camadas de crescimento. Nesse plano, a olho nu ou sob lupa de 10 vezes, observam-se principalmente, as linhas vasculares (orientação), a largura e a altura dos raios e o desenho tipo catedral, causado pelas camadas de crescimento, que é muito apreciado na indústria moveleira.
  • radial: é paralelo aos raios e perpendicular às camadas de crescimento. Esse plano não oferece muitas informações na identificação macroscópica da madeira, com exceção do espelhado  dos  raios, bem característico nas madeiras de raios largos, que causam desenhos decorativos em peças obtidas nesse plano, além do desenho riscado provocado pelas camadas de crescimento. Esse desenho é também muito apreciado na indústria moveleira, sobretudo no Japão.

Saber a correta localização desses planos é imprescindível,  uma  vez  que  as análises e a identificação da madeira dependem disso. Também é necessário que as amostras sejam observadas em lugares bem iluminados para melhor visibilidade das células.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *